A 1ª faixa “ A Joyful Fanfare” de Franco Cesarini, invoca temas de uma fanfarra onde toda a força e riqueza tímbricas dos metais resplandecem, contrastando com respostas tímbricas dos timbales . A mesma melodia vai depois deambulando por vários naipes enriquecida por variações dinâmicas, e num crescendo pleno de vigor acaba por terminar num impressionante fortíssimo em que o colorido de toda a banda assenta na força dos metais .
O 2º tema deste CD, “Cassiopeia”, uma ouverture ou abertura composta pela mão do consagrado compositor Carlos Marques, retrata a história da bela Cassiopeia, esposa de Cefeu e mãe da princesa Andrômeda. Os compassos iniciais sugerem-nos precisamente a entrada num cenário mitológico, apresentando-nos um reinado forte onde com pompa e circunstância nos é apresentada Cassiopeia e a sua família real . Cassiopeia era no entanto tão bela como vaidosa e arrogante, proclamando-se ainda mais bela que as Nereias, filhas de Poseidon . Estas porém, não se conformaram e instigaram seu pai – O Deus dos Oceanos - para que este as vingasse . Poseidon influenciado pelas filhas acaba por se enfurecer e decide castigar Cassiopeia . Entretanto Andrômeda, filha de Cassiopeia, igualmente bela, mas meiga e humilde, apaixona-se por Perseu e são muito intensos os momentos de amor e paixão entre ambos, sublimemente transcritos nas melodias que se seguem . Por sua vez, Poseidon envia um monstro marinho gigantesco para destruir o reino de Cassiopeia e matar a sua filha Andrômeda . Perseu, o jovem apaixonado decide enfrentar a horrenda criatura e acaba por vencê-lo, salvando Andrômeda . Para não escapar ilesa da punição, Cassiopeia foi transformada em constelação e ainda hoje é conhecida por este nome, sendo que o seu brilho resplandecerá até aos fins dos tempos .
“Virgínia” – 3ª faixa do CD é uma abertura escrita propositadamente para banda por Jacob de Haan, onde procura retratar, três fases diferentes da vida do estado americano da Virgínia. A implantação dos colonos e a conquista da terra aos povos índios, retratando-se o velho oeste americano . Segue-se um andamento mais lento no qual o autor ilustra o período da escravatura, nomeadamente nas plantações do algodão, onde a cultura dos blues da raça negra é retratada nos acordes e linhas melódicas que ilustram o sofrimento de um povo subjugado pela escravatura . Num terceiro momento é retratada a guerra da sucessão que dividiu o norte e o Sul. A invocação é feita por uma passagem de metais, seguindo-se um ambiente marcial e bélico onde a presença das tarolas ou caixas de guerra, nos trazem à ideia os avanços e recuos dos dois exércitos, bem como os confrontos entre ambos . Após a reconciliação, os compassos finais trazem de novo o renascer da esperança na construção um estado cheio de riqueza e potencialidades como é o estado da Virgínia .
“Xutos Medley”- Neste arranjo, dito “medley”, Luís Cardoso, (jovem compositor português, dotado de enorme talento) transporta para as bandas as melodias, o ritmo, e a força musical de um grupo de música ligeira que conta já mais de duas décadas e que continua a arrastar multidões. Quem pode ficar indiferente a temas como “Para Sempre” ; O bem ritmado “Não sou o único” ; A já velhinha “Minha Casinha” e para terminar, não menos conhecido, o tema os “Contentores” . Desta forma, pela magistral arte de compor de Luís Cardoso, aqui fica o tributo da “Verdi” aos “Xutos e Pontapés”.
“Canções de Outrora” - Nesta rapsódia, uma vez mais Luís Cardoso, traz-nos à memória mais de trinta anos de actividade da nossa RTP, começando desde logo com o tema de abertura da emissão televisiva , o desfile melódico continua, passando por canções célebres dos festivais da canção , até aos temas bem conhecidos de todos nós como “Perguntei ao vento” e “Maria Faia” . Esperamos pois que esta rapsódia bem portuguesa mas contemporânea seja do agrado dos ouvintes deste CD.
“Pela Lei e Pela Grei” – Como 5º tema deste nosso CD, vamos ficar com uma marcha militar bem conhecida no meio musical, onde Raul Cardoso, exímio executante de percussão da banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana, expõe as potencialidades dos percussionistas, bem como a destreza das flautas, numa marcha cheia de vigor, que por certo não defraudará as expectativas.
“Mestre Manuel Joaquim de Almeida” – Marcha de rua escrita por Carlos Marques, onde a Filarmónica Verdi Cambrense se afirma também como uma banda bem capaz de animar a rua em desfiles e arruadas, patenteando as suas compostas fileiras de metais, percussão completa e ainda a virtuosidade e destreza das flautas e flautim.